Crise, não. Oportunidade de criatividade, sim.

Crises trazem mudanças, não necessariamente para pior. Durante a história, momentos de incerteza mostraram que a situação pode ser amenizada ou piorada e isso depende muito mais da reação de cada um do que das questões do mercado. Uma coisa é certa: só não ficou para trás quem soube encarar a crise como oportunidade para avaliar corretamente o que devia ser mudado e construiu um futuro mais seguro.

É importante destacar que em meio as ideias de negócio, o momento é de alerta. O brasileiro gosta de arriscar em tempos de crise. É o que afirma pesquisa do grupo Sage, onde empresários de pequenas e médias empresas foram questionados se estariam confortáveis em correr riscos e 61% responderam que sim. Para se ter noção, a média mundial é de 49%. A pesquisa é de 2014, mas o efeito dessa vontade se confirmou nos anos seguintes.

Em 2015, com crises em evidência, o Brasil liderou o ranking mundial de empreendedores adultos (18 e 64 anos), conforme levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM). O problema é que a pesquisa também identificou um aumento na quantidade de pessoas que empreendem por “necessidade”, o que significa na prática, que aquela pessoa não tinha outra alternativa, ao não ser usar a criatividade para ganhar dinheiro com o próprio negócio.

Fonte: acelerato.com

Fonte: acelerato.com

Não basta ter vontade de criar, tem que ter ideia

Especialistas reforçam a importância da pesquisa de mercado para guiar as ideias.  Na maioria das vezes, referências de atividades já realizadas podem servir de base. A pesquisa de mercado é uma das etapas para o planejamento.  Conforme o Sebrae, empresa que presta consultoria para empreendedores, a falta de planejamento bem executado é um dos principais motivos da falência das empresas.

A ideia pode surgir de uma nova alternativa sobre um serviço já existente. Um bom exemplo de reação à problemas na economia é o caso da chamada “crise do petróleo”, na década de 70. Na época, o petróleo era considerado o principal elemento da economia das grandes potências. Até que o mundo estremeceu quando o mercado descobriu que o petróleo é esgotável. O preço do barril sofreu um grande aumento de repente, assim como os produtos relacionados a ele. Se não fosse por esse desastre econômico, talvez não seria naquela década que o Brasil se tornaria pioneiro na produção e estudos do etanol, o álcool como uma alternativa ao petróleo.

Mais recentemente, novas iniciativas como o Über, alternativa móvel ao táxi, e o Airbnb, rede colaborativa para alugar casas de temporada em concorrência a hotéis, também se tornaram exemplos bem sucedidos de novas formas de oferecer um serviço já existente.

Não basta ter ideia, tem que ter cliente

Um estudo do IBGE concluiu em 2011 que a cada 100 empresas abertas no brasil, 48 encerram suas atividades em até três anos. A falta de clientes está entre um dos maiores motivos de falência, conforme estudo sobre o tema realizado pelo Sebrae. O problema foi citado por 29% dos empreendedores já no primeiro ano de atividade.

Ideias surgem das necessidades dos consumidores, e não é atoa que uma das profissões mais promissoras do mercado é a de analista de mercado, que estuda o comportamento do consumidor (também chamado de analista de big data). Conforme pesquisa realizada pelo Bureau of Labor Statistics, a atividade terá um aumento de 41% até 2020.

Não basta ter cliente agora, tem que ter cliente no futuro

Um dos principais motivos do desenvolvimento do álcool como combustível ter sido uma ótima reação de mercado é que a produção sustentável se tornou cada vez mais importante. Isso mostra que acompanhar as tendências é fundamental para que o serviço dure.

O mercado realiza pesquisas de tendências com margem concreta de até 10 anos, já que o mundo está em constante e exponencial mudança. Entretanto, alguns conceitos podem ser norteadores. Segundo a consultoria de marca Interbrand, alguns dos destaques que podem ser considerados para o futuro são: valorização do consumidor; transparência de gestão; evidência do caráter humanitário nas discussões sociais; diversidade de gênero, valorização do bem estar e consumo consciente.

Se a grande ideia criativa não ficar para trás em nenhuma dessas questões, just do it.

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